terça-feira, 25 de junho de 2013

dO DIA - por Adilma Alencar.

Uma mulher extremamente cansada usa de advérbios de intensidade, não convence ninguém, não explica o útero fértil de sangue todo mês. Cuida das plantas, as flores murcham de tanto cinza e fazem enfeite ao chão.
A pia suja, os pratos cheios, os restos, a pizza fria e a panela de arroz, é o cenário.
A janela fechada abafa a casa e a razão pegou voo internacional, Afeganistão.
Dissera os sermões de todos os ofícios, sentada no vaso sanitário ela lê publicações de matemática e reportagens sobre manuscritos encontrados num campo minado de um país em guerra.
Em guerra, uma mulher em guerra.

Um comentário:

  1. Diárias guerras que, anotadas por você, tornam-se bela poesia que meus olhos devoram.
    Adoro, Adilma. Adoro sua escrita.
    Huck

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