segunda-feira, 23 de setembro de 2013

mEUS LIMITES - por Vinícius Linné

Não há pontes, traços, marcas, placas, fitas amarelas, fossos, abismos, avisos em portas, sirenes, luzes, correntes, escadas ou cordas. Como saber, então, se você está prestes a ultrapassar os meus limites?

Usando a sensibilidade. Minhas divisas são invisíveis e mudam conforme a estação, mesmo assim, há avisos. Quando você se aproximar de uma delas, sentirá o ar e o meu olhar se transformarem. Haverá sinais, sons hipersônicos, mudanças repentinas, um peso, um silêncio... E então esse é o limite. Não dê nem um passo a mais.

Se você desobedecer, se continuar, se não tiver sensibilidade suficiente para recuar, foi-se. Não me responsabilizo dali em diante. Podem haver minas nos meus desertos, armadilhas, fossos, areias que se movem e engolem o que nelas tocar, rosas de veneno mortal, consequências de todo tipo, inclusive a pior delas: eu não lhe conceder, jamais, caminho de volta.

Sim, meus limites são indefinidos e perigosos, mas o que fazer se eu também o sou? Respeitar.

2 comentários:

  1. Meu poeta de alma gêmea, se algum dia eu conseguir dizer o que vc gostaria de ter dito, uma única vez,ou melhor uma única linha, já ficarei feliz pelas inúmeras que fez isto por mim.

    ResponderExcluir
  2. Precisos e imprecisos limites. Necessários. Trágicos. Gritantes....
    Gosto de imaginar você assim, com essas pistas todas.
    Cincodezembrista puro!

    ResponderExcluir

o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.