terça-feira, 4 de março de 2014

bONECA - por Adilma Secundo Alencar.

          Terça de carnaval e tempestade de verão. Uma boneca molhada pendurada no varal lembra uma infância distante. A jovem, de 23 anos e nenhum amor, é feliz e anuncia nas calcinhas e nas saias de renda sua disposição para a alegria.
    Um anel enfeitando sua mão esquerda  exibe mais vaidade que vínculo.Discursos em luta corporal com as leis do mundo cintilam guerra nos seus olhos pequenos.Fez renda,, fez festa no corpo de meninos nus, fez rasgos no coração de sua mãe.
     Ela fugiu para uma cidade estranha, com gente estranha. Hoje nessa terça de carnaval, essa boneca velha ,observada de longe, é parte de uma passado morto.

Um comentário:

o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.