terça-feira, 27 de maio de 2014

pALAVRAS MATIZADAS - por Adilma Secundo Alencar.

Ela arrasta meu coração por ladeiras de cidades antigas, oferece às rainhas do mar preces em nosso nome, ela come um mistério por dia. Quantas páginas escritas separando a intimidade de nosso corpo. O tempo é curto para tanto espaço alargado pelas suas mãos. Ela vai fazer enchente de tanto me trazer mar.

A força dos meus pulsos atada à vontade de levá-la para ver o abandono de uma palmeira na areia da praia, ou um sol se escondendo as serras de Jacobina, no sertão. Eu queria fugir e deitar meu sonho no dela,mesmo que seja careta e contrário à marcha do mundo. Meu delírio entre suas pernas significa uma linguagem de calor,um viço de meia noite em plena tarde clara, um dengo amolecendo o encontro dos nossos mistérios por trás da pele, por trás dos cílios,dos seios,das ancas, da língua, por trás do toque que erradia a luz é tudo mistério.

O encontro é perfume e cio espalhados no lençol, nos cabelos, escorrendo suor de flor serenando. Luzes embaixo da pele, faiscando nos olhos, nos dentes. Toda a carne ofertada a nossa fome. Nós colhemos palavras vermelhas, maduras, suadas, matizadas de cores quentes. Passamos, brilhantes, pela guerra ofertando flores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

o Febre CRÔNICA agradece sua leitura e comentário.